segunda-feira, 11 de maio de 2009

Polly Jean Harvey em Berlim


Minha visao do palco


Local do show, por fora

Na noite do 7 de maio, eu vi o show de PJ Harvey e John Parish em Berlim. Foi a primeira (e provavelmente única) vez em que vejo uma apresentação de grandes artistas internacionais.
E de fora se vê algumas diferenças. Na fila, nada de ambulantes com água, cerveja e refri, nem com camisetas pirata. Fiquei em fila somente porque cheguei ao local às 18 horas, horário em que o site falava que os portoes seriam abertos. Tinha uma meia dúzia de gato-pingado na minha frente (eram por volta de seis mesmo). Fiquei sabendo que o site estava enganado. A abertura seria somente às 19h15. Fiquei mais de uma hora de bobo, esperando. O meu consolo foi a possibilidade de ver o show da primeira fila, o que aconteceu pela primeira vez comigo. Quem faz fila com antecedência é idiota, mas desta vez, foi involuntário. Aí tudo bem. Ah, sobre o local: o local era um "espaço cultural" super tosco. Tanto que eu não chamo o que tinha de paredes externas de grafite, mas sim de pichação mesmo. Tinha o tamanho de meio ginásio de esportes (de colégio e não de time oficial).
Quando entrei, garanti meu lugarzinho na frente e de lá não me retirei. Somente às 20h15 entrou o cara que fez o show inesperado de abertura. Era um senhor de meia-idade que cantava uns blues e fazia uns solos na guitarra. Depois disso, o palco foi remontado, com novas guitarras. A equipe testou e re-testou todas as guitarras, os pedais, o baixo, o teclado, a bateria e o banjo. Foi passado um aspirador de pó no palco, que era de carpete. E no palco, nenhuma frescura: apenas os instrumentos, os microfones e umas luzes em cima. Nem telão tinha. Era totalmente desnecessário, visto o tamanho reduzido da casa.
Às 21h10 entraram no palco os coadjuvantes da banda, John Parish de terno e chapéu, e PJ Harvey descalça, com um vestido preto leve na altura das canelas. Reparei como as pessoas ao vivo são diferentes do que na TV. A PJ Harvey é ainda mais baixa e mais magra do que eu esperava. De grande no corpo dela, somente a cabeça e a boca, que estava realçada por um batom vermelho berrante. A cantora inglesa entrou sorridente e tímida no palco, como se não estivesse apresentando em todo o mundo há 18 anos.
Durante o show, foi tocado o álbum recente inteiro (não na ordem) e algumas músicas do Dance Hall at Louse Point, o outro álbum co-produzido por PJ Harvey e John Parish, este, em 1996. Normalmente, show com somente dois álbuns é coisa de banda iniciante, que só tem dois álbuns, e não de artistas que têm quase duas décadas de carreira e muitos álbuns. Mas isto não foi um problema. A combinação das músicas acabou sendo muito boa, a ordem também. Havia uma grande heterogeneidade entre as músicas, alternando as pesadas com guitarra elétrica e as suaves com diversos instrumentos.
Ver o show daquela posição acabou sendo uma sensação única. Foi possível ver o corpo humano produzindo música. Deu para ver as veias do pé da PJ Harvey, os movimentos do pescoço.
O público na Alemanha tem uma grande vantagem e uma pequena desvantagem se comparado ao brasileiro. Os alemães são mais bem-educados. Fiquei na primeira fila sem virar sardinha em lata. Ninguém encostava muito no outro. Porém, são menos emotivos. Quase sempre permanecem em silêncio quando as músicas estão sendo tocadas.
O show foi impecável, sem erros, e com a PJ Harvey apresentando uma grande performance de palco. Mas não houve muita interação com a platéia. Não foi falada uma palavra em Alemão sequer. A cantora falou poucas palavras e todas em Inglês, até mesmo para cumprimentar e agradecer.

E é claro, alguns bom-samaritanos filmaram partes do show com celulares e câmeras digitais. Cilque nos links para ver.
Entrada no palco e Black Hearted Love
Sixteen, fifteen, fourteen

E assim vai. Acho que no Youtube tem quase o show inteiro.

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