sábado, 31 de janeiro de 2009

Por um novo estádio para o FC RWE



Como eu havia mencionado em posts anteriores, o estádio do Rot Weiss Erfurt é pequeno e antiquado. Mais parece um estádio de cidade pequena brasileira do que um estádio de uma capital de um estado de um país europeu.

Por causa disso, torcedores do Rot Weiss Erfurt estão em campanha por um estádio novo. Pelo projeto, o campo ficaria no mesmo local, mas as arquibancadas seriam totalmente reconstruídas, com dois anéis, cobertura e cadeiras para todos os torcedores. Clique aqui para ver o projeto. Pelo que um morador local contou, a União Européia, o governo federal da Alemanha e o governo estadual da Turingia aceitariam constribuir parcialmente. O problema é que o clube e a Prefeitura de Erfurt não tem dinheiro para cumprir a sua parte.

O estádio de futebol, quando bem feito, é sempre um dos cartões postais da cidade. Fica feio para Erfurt quando alguém entra na cidade pela rodovia ao sul e se depara com um campo que parece e treino, e não de jogo.

Na quarta-feira, houve uma passeata na Domplatz, com cerca de 100 pessoas portando bandeiras vermelhas. De longe, pensei que podia ser alguma greve. Não, eram apenas torcedores do Rot Weiss reinvindicando verba para o estádio.

E por falar em Rot Weiss Erfurt, no dia 14 de fevereiro, vai ter derby da Turingia, contra o Jena, que vai ser o time da casa. Apenas seis dias depois do derby de Campinas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cesare Battisti

Vou comentar brevemente um caso brasileiro que gerou repercussão no exterior: a negação do pedido de extradição de Cesare Battisti.
Até há pouco tempo, eu não tinha opinião sobre o assunto. Meu idioma não é o juridiquês. Aí que eu li no blog do Marcus (companheiro de OdeC nos Odeia) um texto esclaredor: o ministro Tarso Genro não fez mais do que simplesmente cumprir a lei brasileira.
De acordo com a lei brasileira, crime político não está sujeito a extradição. Battisti teria cometido homicídios, que são crimes comuns, mas como a motivação foi política, a lei brasileira, feita 20 anos atrás, define como crime político.
Pode-se criticar a lei, falando que não é justo proteger quem cometeu crimes políticos contra estados democráicos, como a Itália. Mas leis consideradas ruins, onde existe o império da lei, devem ser modificadas (quando a Constituição permite) e não descumpridas.
E tem mais uma complicação adicional: a Itália quer aplicar a prisão perpétua a Battisti e esta pena não existe no Brasil, portanto, também por causa disso, Battisti não poderia ser extraditado.
O erro de Tarso Genro pode ter sido o fato de ele ter criticado o julgamento a Battisti feito pela Itália, o que não é competencia dele. O ministro da justiça poderia ter simplesmente dito: cumpri a lei brasileira e ponto final.
Sim, é verdade que a Itália quer prender Battisti por causa dos homicídio que teria cometido e não por causa de suas posiçoes políticas. É também verdade que o pedido de extradição não foi resultado de perseguição promovida por Berlusconi porque quem fez o pedido foi Romano Prodi. Não é por motivos ideológicos que a Itália quer prender Battisti porque diferentes partidos políticos defendem a extradição, mas também não foi por motivos ideológicos que Tarso Genro negou o pedido. Políticos e diplomatas italianos podem estar corretos em querer aplicar a lei italiana em Cesare Battisti. Mas Tarso Genro também está correto em aplicar a lei brasileira. E pelo que eu saiba, em território brasileiro vale a lei brasileira.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Refletindo sobre o 20 de julho de 1944

Depois de ter visto o filme do Tom Cruise de tapa-olho, eu comecei a pensar: o que teria acontecido se aquele plano tivesse dado certo?
De acordo com o plano, a sala de reunião do bunker na Prússia Oriental, onde Hitler se reunia com seus oficiais, seria explodida, e com o Hitler morto, os oficiais participantes da conspiração dariam um golpe e renderiam a Alemanha.
Como a ordem do pós-guerra foi em grande parte moldado por instituiçoes criadas pelos aliados durante a guerra, o fim súbito do conflito na Europa poderia ter feito que estas instituiçoes acabassem saindo de forma bem diferente do que foram de fato, e assim, o mundo seria bem diferente.
Quando Hitler se matou em 30 de abril de 1945, Bretton Woods já havia ocorrido, a Conferencia de Yalta também, e o passo inicial para a criação da ONU já havia sido dado. Em 20 de julho de 1944, não. Roosevelt queria que o acordo da ONU saísse ainda durante a guerra. E conseguiu, mesmo depois de morto. Sem a guerra em andamento, as divergências entre EUA, URSS, Reino Unido e China teriam sido muito mais problemáticas.
Para a Alemanha, o resultado poderia ter sido mais diferente ainda do que realmente foi. Em julho de 1944, os aliados ainda não haviam entrado na Alemanha por terra. Ataques aéreos haviam feito algum dano, mas a indústria bélica ainda estava funcionando. Uma rendição com a infra-esrutura do país ainda em funcionamento provavelmente obrigaria os aliados a imporem uma paz mais punitiva, como feito em 1918. O resultado para futuro da Alemanha, da Europa e do mundo seria imprevisível.
Portanto, o sucesso ou o fracasso do atentado teriam tido grandes impactos na história da humanidade. O fracasso ocorreu por fenômenos completamente aleatórios. Se Stauffenberg não tivesse sido interrompido de surpresa, ele teria tido tempo para colocar explosivos em duas, e não apenas em uma mala. Duas malas explodindo certamente teriam matado Hitler. Se um oficial não tivesse mudado a mala de lugar por acaso, mesmo única, tal mala poderia ter matado Hitler. Tais acontecimentos nada tem a ver com ação coletiva de pessoas organizadas, luta de classes, surgimento de novas idéias, ou desenvolvimento de novas tecnologias. Trata-se apenas de sorte e talvez, de perícia de um único indivíduo.
Lição: a história tem variáveis completamente aleatórias.

sábado, 24 de janeiro de 2009

90 anos de Bauhaus




Neste ano de 2009, completam-se 90 anos da fundação da Bauhaus. Por causa disso, haverá uma série de eventos em Erfurt e em Jena. Eu tinha visto no catálogo que hoje a Walter Gropius Schule em Erfurt estaria aberta. Fui ver. Nada muito especial. Apenas a escola estava aberta. Mas foi interessante conhecer a escola, que antes do catálogo, eu nem sabia que existia. Eu estou em Erfurt há mais de um ano, mas esta escola fica bem afastada do centro.
A Walter Gropius Schule é uma escola profissionalizante de design, seguindo o modelo da Bauhaus. A arquitetura do prédio segue a orientação da Bauhaus: retangular, moderna, totalmente funcional.
Para quem não conhece, a Bauhaus, fundada em Weimar no ano de 1919, foi uma escola de arquitetura e design que valorizou a simplicidade e a funcionalidade. A cadeira de ferrinho é um tipico produto da Bauhaus nos anos 20.


"Zoro": O Tom Cruise de tapa-olho



Em quase todos os pontos de bonde da cidade, há cartazes do filme do Tom Cruise. Alguns, pichados de forma bem humorada.

Na aula de Alemão, eu vi um filme alemão sobre essa mesma história: o soldado que perdeu o olho no norte da Africa em 1943 resolveu praticar um atentado contra Hitler em 20 de julho de 1944. Não precisa ter visto nenhum dos filmes para saber o final: o atentado não deu certo.

E o Baader Meinhof Complex acabou sendo indicado

No dia 17 de outubro de 2008, eu escrevi uma resenha do filme Baader Meinhof Complex, pouco depois de tê-lo visto. Eu havia escrito que este seria o filme indicado pela Alemanha ao Oscar. E foi. Disse que não sabia se seria um dos cinco indicados. Acabou sendo. Disse também que seria pouco provável que ganhasse, caso fosse indicado. Sobre isso, não tenho mais opinião muito forte. Ainda acho que não vai ganhar. É um filme bom, mas não excepcional. Há pouco tempo, um filme alemão sobre história da Alemanha ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Foi o Das Leben der Anderen. Outro em tão pouco tempo seria redundante.
Mas quando foi lançado, o Baader Meinhof Complex gerou batante repercussão. O filme foi assunto de reportagem de capa da Spiegel, e o livro que deu origem ao filme (o roteiro é adaptado) ficou bastante tempo na lista dos mais vendidos.
É possível que o Baader Meinhof Complex entre em cartaz no Brasil depois de alguns meses. O público será pequeno mas não inexistente. Primeiro porque os que têm interesse na história da luta armada no Brasil tambem se interessariam na história de uma seita que seguia o manual do Mariguella. Segundo porque o caso Cesare Battisti pode ter aumentado o interesse na história do injustificável gangsterismo de extrema-esquerda no Primeiro Mundo nos anos 70.
Clique aqui para ver o trailer.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

-17

Está anormalmente frio para um inverno na Alemanha!
A mínima de ontem foi -17 Celsius. A de hoje foi -14. Ontem teve céu claro o dia inteiro. Hoje teve nuvens.
Até na Islândia o tempo está um pouco mais quentinho.