domingo, 2 de novembro de 2008

O céu do Brasil chorou

Quando Felipe Massa estava no pódio, recebendo o troféu, o locutor alemão da RTL falou que o piloto brasileiro estava chorando e o céu do Brasil também estava chorando, fazendo trocadilho com a chuva. Não sei o que o Galvão Bueno falou, mas duvido que ele tenha feito uma descrição mais exata do momento.
O locutor alemão estava muito bem informado sobre o patriotismo do povo brasileiro em relação ao automobilismo. E não conseguiu disfarçar sua torcida para o Felipe Massa. Depois da bandeirada, pouco falou dos feitos do Hamilton. Gastou muito mais tempo falando como o Massa tinha feito tudo certinho naquela corrida. E pareceu mostrar um entusiasmo muito grande quando Vettel passou Hamilton, quase dando o título ao brasileiro.
Segundo uma enquete que a RTL realizou por celular, mais de 70% dos telespectadores alemães estavam torcendo para o título do brasileiro.
Quando eu olhei para os boxes, reparei que não precisava ser brasileiro para torcer para o Felipe Massa. O visual da equipe e da família de cada piloto foi uma coisa muito caricatural. As modelos de plástico e os homens de preto do Hamilton davam o ar de bandido ao piloto inglês. A cara de gente boa do Titonio Massa e a beleza natural do restante da família davam o ar de mocinho ao piloto brasileiro.
E o Timo Glock? Será ele crucificado? Bom, ele não foi um Gigia na Copa de 1950 porque o jogador uruguaio estava cumprindo sua obrigação como profissional e o piloto alemão foi incompetente e não fez sua obrigação de somar o maior número de pontos possíveis para si. Mas Glock também não foi um Toninho Cerezo de 1982 ou um Baloubet de Rouet em 2000 porque estes eram dos nossos, Glock seria apenas um cara útil. A melhor analogia de Timo Glock é com Quiroga, o goleiro do Peru que tomou 6 gols da Argentina em 1978 e tirou o Brasil, que tinha feito sua parte, da final.
Bom, o Hamilton foi campeão, mas o que tocou no pódio foi o belo Virumdum e não o monótono God Save the Queen. Serve como consolo. E se Massa tivesse chegado ao GP do Brasil sem chances de título, estariam todos felizes com sua vitória.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Galvão foi... o Galvão. Torceu como louco, disse que o Brasil era Vettel desde criancinha e ficou meio sem ação quando o Glock - que não é um piloto experiente - não aguentou continuar na frente com os pneus lisos. Não dá para crucificar o coitado. Se ele tivesse resistido e causado um acidente, depois dele mesmo ter dito que não gostava do Hamilton, talvez sua carreira acabasse ali.